O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pretende liberar a aplicação da vacina chinesa CoronaVac mesmo sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As doses são desenvolvidas pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
A afirmação foi feita durante entrevista ao Metrópoles, conduzida pela jornalista Rachel Sheherazade, que aproveitou para em vários momentos alfinetar o governo federal.
De acordo com o tucano, os critérios da Anvisa, são os mesmos de outras agências de vigilância sanitária que também estão avaliando a vacina Coronavac nos Estados Unidos, na Europa e Ásia.
“Se essas agências validarem a vacina, ela estará validada independentemente da própria Anvisa”, disse Doria.
Ainda de acordo com o governador, existe um entendimento internacional e uma aceitação chancelada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de que, diante de uma pandemia, é possível que a vacina seja aplicada mesmo sem aval de órgãos reguladores.
Doria afirma que o estudo da Coronavac no Brasil chegou à fase final com número mínimo de infectados.
No entanto, a Anvisa informou ao Terça Livre por meio de nota que, até o momento, o Instituto Butantan não entregou o resultado de nenhuma fase de pesquisa clínica com seres humanos para a Anvisa.
“Até o momento, a Anvisa recebeu somente dados pré-clínicos, que são dados anteriores aos testes com seres humanos, ao contrário do que foi afirmado, de que dados referentes à fase 3 já haviam sido entregues”, diz a nota.
A Anvisa também esclareceu que mesmo após o registro em algum outro país, a avaliação da Anvisa é necessária para verificar pontos que não são avaliados por outras agências internacionais, tais como:
1. Evidências de que a vacina é eficaz e segura em brasileiros.
2. Condições técnico-operacionais da fábrica da vacina que virá para o Brasil.
3. Prazos de validade e medidas de qualidade para preservação da vacina, considerando as condições climáticas de nosso país.
4. Medidas para acompanhamento e tratamento dos efeitos colaterais da vacina ocorridos nos indivíduos vacinados aqui no Brasil.
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