O nível de insegurança alimentar está aumentando fortemente na América Central, onde quatro países enfrentam crises econômicas motivadas pela “pandemia do novo coronavírus e catástrofes climáticas”, advertiu (23) hoje a Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar, que em 2018 era de cerca de 2,2 milhões em El Salvador, Honduras, na Guatemala e Nicarágua, quase quadruplicou, atingindo 8 milhões.
Todos estes países aderiram às medidas de lockdown para enfrentar a pandemia, o que significa que a economia foi fortemente afetada durante o último ano e que muitas pessoas perderam seus empregos.
Entre esses 8 milhões, 1,7 milhão de pessoas necessitam de ajuda alimentar de urgência, informou o PAM em comunicado, no qual também apela por maior envolvimento dos doadores.
A agência da ONU destacou que a região, onde vários anos de seca e de alterações climáticas perturbaram a produção alimentar, sofreu particularmente os efeitos dos furacões de 2020, que destruíram colheitas vitais.
Mas antes da chegada dos furacões, o lockdown já tinha atingido fortemente a população dos quatro países, onde um elevado número de núcleos familiares registrou quebra de rendimento ou perda de emprego.
Segundo os inquéritos do PAM, o número de famílias na Guatemala que afirmam não ter o suficiente para comer duplicou em relação ao período anterior à pandemia, e o número aumentou mais de 50% em Honduras.
Devido à destruição de muitas habitações e quintas, as reservas alimentares ameaçam esgotar-se e as oportunidades de trabalho escasseia. Cerca de 15% das pessoas ouvidas pelo PAM afirmaram que pretendem emigrar, contra 8% em 2018.
O programa apelou aos doadores internacionais para intensificarem a ajuda, indicando que precisam de mais de US$ 47 milhões para ajudar 2,6 milhões de pessoas nos quatro países, durante os próximos seis meses.
Com informações da Agência Brasil
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