A União Democrata Cristã, governante da Alemanha, ficou sob fogo depois que a gigante chinesa da tecnologia Huawei estava entre os patrocinadores de uma recente reunião interna do partido, levantando preocupações sobre a influência de Pequim na política alemã.
A empresa com sede em Shenzhen apareceu em uma lista de patrocinadores reconhecida pela CDU durante a reunião virtual realizada pela filial de Baden-Wurttemberg do partido no último sábado.
A Huawei foi submetida a sanções pelo governo dos Estados Unidos e proibida de adquirir tecnologias americanas avançadas para suas ligações com os militares da China.
Ao aceitar o patrocínio da Huawei, o partido da chanceler alemã Angela Merkel desistiu de alguns dos valores fundamentais do país, como a democracia, disse o comentarista taiwanês que está na Alemanha, Cheng Shih-kuang.
Cheng criticou o governo de Merkel por não ter assumido uma posição clara sobre o banimento da Huawei na Alemanha. Como cidadão alemão, Cheng disse que não votaria em nenhum partido político que colaborasse com regimes autocráticos.
O estado de Baden-Wurttemberg, no sudoeste, abriga as sedes das montadoras de carros de luxo Benz e Porsche, e tradicionalmente tem grande peso nos mercados da China, disse o especialista em direito alemão Qian Yuejun.
O patrocínio da Huawei foi mais um incidente do Estado em busca de seus próprios ganhos econômicos em detrimento dos valores democráticos, disse Qian.
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