A Polícia Federal disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não encontrou provas suficientes para indiciar pessoas que seriam responsáveis pela suposta realização ou financiamento de “atos antidemocráticos”.
A PF ainda disse ter concluído sua parte e que, após dezenas de diligências, “não encontrou elementos suficientes para indiciar pessoas pela realização ou financiamento de atos antidemocráticos, por ora”.
A informação foi publicada pela Folha de São Paulo nesta terça-feira (26). Na manifestação, que foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, a PF não pediu mais prazo para a investigação.
Os autos do inquérito estão com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que poderá solicitar a continuidade da investigação ao ministro do STF. Moraes também pode decidir por mais diligências.
Perícia forjada
Como já noticiou o Terça Livre, o ministro Alexandre de Moraes está colaborando com uma grande farsa nos autos do Inquérito 4828, que investiga os supostos “atos antidemocráticos”.
A tese dos crimes investigados no inquérito seria associação criminosa e financiamento com dinheiro da publicidade federal às ações de propaganda de atos violentos para a subversão da ordem política e social nos chamados “atos antidemocráticos”, o crime do artigo 22 previsto na Lei de Segurança Nacional.
O Terça Livre teve acesso a um relatório de 9 de julho de 2020, do delegado da Polícia Federal designado por Moraes para conduzir a investigação.
No relatório é citado um documento produzido em abril de 2020 na CPMI das Fake News como fundamento para a acusação de que o governo financia os atos tipificados como crimes contra a Segurança Nacional.
O documento é assinado por dois consultores legislativos e está repleto de distorções e falsificações sobre a publicidade federal veiculada por meio do Google Adsense.
Os consultores legislativos da CPMI, Cristiano Aguiar Lopes e Daniel Chamorro Petersen, que assinam a perícia, fizeram se passar por cristãos anticomunistas a fim de obterem mais facilmente as informações junto à SECOM via Lei de Acesso à Informação, a LAI.
Uma vez tendo acesso aos dados, os consultores produziram uma série de distorções que valeram dezenas de manchetes contra o governo e ainda forneceram substrato para que o ministro Alexandre de Moraes quebrasse o sigilo fiscal e bancário de todos os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Alexandre de Moraes determinou ainda o depoimento dos filhos e assessores do Presidente da República.
Desde junho o ministro está em posse das supostas provas colhidas na investigação de grupos que promovem “atos contra a democracia”. Ainda hoje nada que comprove indícios de crime foi revelado.
Mesmo sem provas, a ativista e professora Sara Winter e o jornalista Oswaldo Eustáquio foram condenados à prisão por terem supostamente participado de “atos antidemocráticos”.
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