Um funcionário da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) declarou em entrevista nesta teça-feira (06) que foi detectada uma ligação entre a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 e os casos de coágulos sanguíneos no cérebro em alguns países da Europa.
Conforme o Terça Livre noticiou, mais de 10 países suspenderam as vacinações com o imunizante no mês passado, após casos de mortes por trombose logo após a aplicação das doses.
“Na minha opinião podemos dizer agora, é claro que existe uma associação com a vacina. No entanto, ainda não sabemos o que causa essa reação ”, disse Marco Cavaleri, presidente da equipe de avaliação de vacinas da EMA, ao jornal italiano Il Messaggero, quando questionado sobre a possível relação entre a vacina e os casos de coágulos sanguíneos no cérebro.
Apesar de entender as ligações, a EMA ainda argumenta que os efeitos colaterais da vacina são menores que os supostos ‘benefícios’, por isso ainda não há uma ordem de suspensão.
Há três semanas a Organização Mundial da Saúde (OMS) também deu um parecer favorável à vacina, alegando que seus benefícios superam os riscos.
De acordo com a Reuters, a Agência Europeia de Medicamentos deve se posicionar oficialmente sobre o imunizante na quarta-feira (07).
Após suspenderem a aplicação das vacinas da AstraZeneca, a França, Alemanha e Holanda decidiram retomar as vacinações, mas com bloqueios. Agora, apenas “os jovens” dos países não poderão receber os imunizantes.
Quanto à determinação das idades, o funcionário da EMA explicou que a Agência ainda não possui um parecer.
“Os órgãos públicos de saúde que realizam as diversas campanhas de vacinação têm diversas opções à disposição e podem utilizá-las como bem entenderem. Claro, muitos esperam que a EMA resolva o problema para todos, mas não é tão simples assim”, declarou.
Cavaleri continuou a entrevista esclarecendo que talvez um posicionamento para toda a Europa não aconteça, até porque o “peso da Covid é diferente nos vários países” e fatores como este poderiam justificar “abordagens diferentes.”
A explicação, porém, não é um consenso quando a abordagem significa o lockdown e outras medidas autoritárias.
Representando “o primeiro uso de vacinas de vetor viral em uma escala global”, a vacina AstraZeneca é baseada em um vetor de adenovírus de chimpanzé modificado, o ChAdOx1, desenvolvido pela Universidade de Oxford.
Mesmo com os efeitos negativos da vacina, o presidente da equipe de avaliação de vacinas da EMA declarou que a Agência não pretende sugerir uma “terapia preventiva.”
“Estamos diante de uma situação em que há deficiência de plaquetas e trombose, então o uso de certos medicamentos pode não ajudar, de fato. Ainda não sabemos qual é o mecanismo. Não sabemos, por exemplo, se está ligado ao vetor viral, isso implicaria na avaliação de outras vacinas desse tipo”, afirmou.
Com informações: Agência Reuters.
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